O reconhecimento do papel político dos professores está expresso na sondagem mundial da Gallup sobre a profissão que merece mais confiança e a qual as pessoas dariam mais poder.
Este dado é interessante, pois evidencia uma coisa que não se vê: o importante papel político do professor. Por norma vê-se a política apenas a partir de três pontos de vista: o das elites políticas, o do poder judicial e o das forças policiais e militares.
Mas todos estes poderes só existem porque existe uma comunidade que quer ser soberana e quer viver em conjunto. Então qual o papel dos professores?
Nas sociedades modernas, são eles que criam continuamente a comunidade política, que constroem um clima de querer viver em comum, que educam as novas gerações para a cidadania. Aos professores a sociedade confia-lhes não a educação pessoal dos novos membros, mas a construção do cidadão e a manutenção do espírito que assegura que uma comunidade política continue a querer sê-lo. Esta construção faz-se não por manipulação partidárias, mas pelo ensino da língua pátria, da história, das ciências, da filosofia, das artes e das técnicas.
Os políticos dirigem uma nação soberana, as polícias e os juízes asseguram a ordem e a paz públicas, os militares defendem essa soberania. Os professores, porém, fazem mais do tudo isso: criam desejo de soberania, criam os mecanismo de consenso social que nos faz querer ser membros de uma comunidade, criam, em cada dia que passa, essa comunidade.
É interessante questionar porque os professores não reconhecem seu importante papel na construção da soberania de um povo.
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